Ah, Teus Olhos!...
Ah, olhos postos no nada,
Não sorriem, como os lábios,
Não se alegram, como o riso.
Procuram por uma estrada,
Um caminho que se foi
Há muito tempo, no vento...
Ah, teus olhos desolados,
Sempre, sempre, marejados,
Mas que não ousam ressacas...
Foram embora com o barco
Que sumiu naquela curva
De mar aberto, fechados...
Ah, teus olhos sempre tristes,
A ansiar o que não viste,
O que nem chegou a ser!
Ah, teus olhos taciturnos,
Noturnos céus sem estrelas,
Naufragados no viver!