Direito de resposta

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Aqui, bem aqui perto de mim,

na cidade onde nasce o radiante Sol...

Surge nova Iracema!

Minha linda morena, faceira e singela;

de sedutoras curvas, cabelos longos,

pretos,

filha da noite,

mãe dos meus desejos e tormentos.

Maldosa noite,

servindo de lobo para o Lobo Mau que sou.

Sentencie, sem demora, ao meu favor.

Ou, em desfavor,

atenda ao meu pedido, negando a ela,

sem apelação,

o direito de resposta!

Então, queres direito de resposta?

Não, não te darei!

O que terás de mim, ó virgens lábios;

ó tentadora boca,

com furor insaciável de fogosa mulher...

O que terás de mim, sempre,

é o golpe certeiro da flecha

que, ao ser cravada,

partiu-se em nossos apaixonados corações.

Sim, sangre! Rasgue-se... E se dispa.

Preciso de sangue para sobreviver.

Em teus cabelos negros repouso, agora,

depois de mais um voo...

A dois.

Iguatu/CE, 03 de outubro de 2014.

00h37min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 03/10/2014
Código do texto: T4985364
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