O Desafio De Adão

Com o peito nu e o queixo erguido,

Retesado, cheio de sonhos no coração,

Para desvendar o mundo foi-se Adão

Depois que foi expulso do paraíso.

Por mais estranho que nos possa parecer

Sentia-se o maior de todos os animais.

Ainda sentia o gostinho saboroso do saber

E sabia que precisava saber de mais e mais...

Como era delícia aquela pulcra maçã

Que desceu melíflua pelas tantas tripas

Que abriram seus olhos para outra manhã

Isenta das pesadas e espessas cortinas!

Descalço, pelo mundo ia sorrindo e feliz

Por ser único em todo aquele planeta

A prever a rota correta de um cometa

Das potências, equivalências, raiz...

Perdeu Adão o Paraíso e toda proteção

Das alvuras celestiais, do perdão divino.

Porém, agora era general do seu destino.

Sua mente o guiava. Não mais seu coração.

Sentia uma dor profunda e muito ferina:

Faltava-lhe o acalanto de uma costela!

Voltou-se, então, Adão a procura daquela

Outra metade para caminhada da vida.

No púlpito de uma pedra, recitou Adão:

Que me importa a falta de um Jardim?

Que me importa plantar e arar a terra

Se ao meu lado eu tenho minha Eva

E ela meu amor e tudo mais de mim?

Que me importa se lá eu andava nu

E a Morte cruel e fria não me existia

Se agora eu tenho, de Eva, a companhia,

Sou o senhor do mundo e do céu azul?

Eva apenas sorriu e aquela boca beijou.

Do alto do céu uma NUVEM parecia sorri.

Os rios cantarolavam notas em Lá e Si

E assim, naquele dia, vencia o Amor!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 28/09/2014
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