EM ALGUM LUGAR DA VAZIA IMENSIDÃO

Quando realmente
conseguires enfrentar os próprios fantasmas
– em sombras, dúvidas e medos
intrínsecos –

e, sobretudo,
a dura realidade de saber impossível
a concretização das próprias e faustas ilusões,
projetadas às abstratas
exterioridades;

estarei lá,
ao meio do grande deserto,
onde não mais cantam tentilhões azuis
nem voam borboletas
flutuantes

– sem geografias certas,
sem caminhos horizontalizados,
sem sonhos pendurados
em palavras –,

para dizer-te: “assim, querida,
para amar realmente a alguém, basta andar
sem cultivar a inutilidade
das vertigens

e as chuvas
de fogo que caem, dolorosamente,
dos grandes incêndios
das nuvens.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 27/09/2014
Reeditado em 27/09/2014
Código do texto: T4978673
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