O ocaso por acaso

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Não foi por acaso que nesse dia

o ocaso ficou mais lindo

quando fomos surpreendidos pelos raios de um sol

que se declinava fraco...mas radiante

testemunhando tudo num lugar insólito

Nada nos impediu de levar até o infinito

o desejo de nos tocarmos casualmente

entre beijos e carícias

já que a sede nos consumiu tanto tempo

até encontrarmos esse oásis

para alimentar o nosso âmago

Na eloqüência dos atos

ouvimos o trinado de um pássaro

que não soubemos se veio com o vento

por encanto do inesperado

ou pousou ali por recato

brindando-nos com sua suave ária

Não foi necessário explicar nada

tudo aconteceu sem ser premeditado

os momentos foram se recheando de flores

todas elas com um sabor único : amor

e doses extras de emoções há muito escondidas

que foram se revelando ao se espalharem com ardor

O tempo trigueiro se abrigou ali

recolhendo-se num pequeno frasco de momentos

para vertiginoso depois explodir

em deliciosos e fugazes beijos

que roubamos intensamente um do outro

sem medo de sermos felizes

O ocaso que foi por acaso

sereno nos saudou em sintonia

fez a tarde se tornar suavemente amena

para ser lembrada inesquecível por nos dois

com tamanha voluptuosidade

no mais íntimo das nossas vidas

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 23/05/2007
Código do texto: T497768
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