E que à noite se desprendam os mantos...
Sem sombras encobrindo a alma,
os delírios, os laços, os cantos...
Sem paragem para o desejo
sempre insistente
a corroer por dentro,
[ a arder mordendo... ]
Quero-te assim... deliciosamente assim,
ondulando
sobre as águas e luas dos meus flancos
Eriçando
em ventos a espirais,
do tornozelo à alça do vestido
Como sempre, [ perfumado a precipícios ! ]
... deflorando a rouquidão da pele com mãos de poesia ;
latejando febre... sangrando-me carícias !
... deflorando a rouquidão da pele com mãos de poesia ;
latejando febre... sangrando-me carícias !
Ahhh...
Quero sofrer encantamentos !!!
. . .
Vês, os sentidos todos em alvoroço ?
A nuca oferecendo-se na orla do pescoço ?
Vens, recitas teus poemas
na fímbria do beijo carmim
... Não renegues o instinto,
a vontade que sentes...
Entalhas tua morte à flor do ventre !
Deixas tuas asas cravadas em mim !
[ ... e depois, não quero palavras,
uivos, sussurros...
apenas teus olhos dourados maduros
escorrendo nos meus,
saboreando o nosso paraíso... ]
Tela - Arthur Braginsky