QUAL TELA COLORIDA

Anna Peralva

 

Nos olhos bailam sonhos silentes 

na longa ansiedade da espera,

quietude quase impertinente

num tempo escuro que impera.

 

No coração, o alento como esperança

cavalga trotando a emoção,

alma inquieta qual criança

abrindo seu leque mágico de ilusão.

 

O dia desperta em auroras

matizando de cores a natureza

e minha essência enfim aflora,

matéria germinando sua beleza.

 

O orvalhar da lágrima se esvai

quando a solidão, imã algoz,

não mais os sonhos atrai

ao som mórbido da sua voz.

 

Finda a distância que nos separa

a vida se faz, qual tela colorida,

quando seu corpo me ampara

e a saudade parte, sem despedida!


Maio de 2007

 

 
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 23/05/2007
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T497466