AINDA GOSTA...


Parecem coisas do destino ou sina bandida.
Esse amor semelhante em qualquer hora,
Causa espanto, é estranho, mas é diferente.
Quantas vezes em meditação pensante sem
Testemunha ocular como jugindo da verdade.

Nas noites traiçoeiras se grita pela companhia.
São involuntários desejos contidos nos lençóis.
O vigilante apita mostrando presença obrigatória.
Anjos de luz são frequentes em todos os lugares.
O silencio é responsável pelo sono preciso.

Passado o dia, tarde, noite e a conclusão é ilusão.
Agarra-se ao travesseiro, é fardo, lembra-se do hoje.
Mísera noite, pois é muito o querer desse ser agora.
Cadê o lucrativo por tantas perdas ignoradas?
O amor se torna coisa passageira perde brilho.

Diz uma canção mais ou menos assim:
...”Ainda bem que agora encontrei você”...
Outra melodia também fala de um jeito:
...”Demorei muito pra te encontrar, agora eu
Quero só você”... Mas a realidade é outra.
É como se o sapo virasse príncipe no reino emoção.

Nesse gostar amante moda antiga, nem lágrimas...
Ser torna-se quase gelado pelas demoras nos carinhos.
Cobranças e vexames nas satisfações mal dadas.
Fala-se abertamente o não gostar de outrem.
Não os conhece! Que pena, julgar antecipadamente.

Ainda gosta tanto que, suporta quase tudo.
A lua cheia vem a lua cheia vai sem instrumento
Escutar como antes fazia sem medo das falas.
Arruma-se saindo sem destino para inspirar
Oxigênio mais puro ao lugar ambiente.

Mãos permitem tanto que de tanto permitir,
Ficam vazias no tempo perdido sem lamentar.
Quando em caos profundo o velho violão não
Permite um som, então o pingente ao colo faz
Acalentar persistindo, pois ainda gosta de amar.



 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 23/09/2014
Reeditado em 01/10/2014
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