CHAMAS do GARANHÃO

Fosse o cometa a gravura louca

de um deus em festa,

como é o oceano o retrato

do meu amor por ti,

cavalgaria enraizado nas entranhas

que fazem de você o jardim

dos frutos suculentos de um delírio

que me fazem anjo

porque vivo o céu na tua carne.

Me arrasto como vampiro

na volúpia do chamado

que o nome teu impõe

nas areias que se abrem ao sol pelo oásis

pois tua voz faz parte do meu sexo.

Dos loucos sou o que geme pela amada

nos bancos das praças

as ruas desertas são o desejo rouco

do meu amor por você,

a bandeira o corpo em chamas

do garanhão que te cubro

fêmea bagunçando o sexo

que te ofereço sem descanso

como rocha consumida

nas pétalas ferventes.