Canção da ausência

Eu amo

amor morno, afável

eu sou a menina dele

mas ao passo que amo algo me falta

a força de uma paixão

encontro

dois corpos que anseiam o mergulho nas águas do outro

a percepção dos detalhes do rosto multifaces

sorriso sincero e escancarado

silêncio que pesa e açoita

os espaços do corpo que até então eram ilhas inabitáveis

templo mistificado, imagem sagrada

linhas denunciadoras do cansaço, da velhice

olhos açudes de águas claras

a boca no instante do prazer

do gozo

do esgotamento físico e mental de galgar e amar

teus mistérios me instigam

força propulsora

tu me fortaleces

Sabine Kundera
Enviado por Sabine Kundera em 20/09/2014
Reeditado em 14/01/2024
Código do texto: T4969691
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