Canção da ausência
Eu amo
amor morno, afável
eu sou a menina dele
mas ao passo que amo algo me falta
a força de uma paixão
encontro
dois corpos que anseiam o mergulho nas águas do outro
a percepção dos detalhes do rosto multifaces
sorriso sincero e escancarado
silêncio que pesa e açoita
os espaços do corpo que até então eram ilhas inabitáveis
templo mistificado, imagem sagrada
linhas denunciadoras do cansaço, da velhice
olhos açudes de águas claras
a boca no instante do prazer
do gozo
do esgotamento físico e mental de galgar e amar
teus mistérios me instigam
força propulsora
tu me fortaleces