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Deixo... e Levo
 


Deixo em tuas mãos, meu coração envolto em saudades e repleto de amor e ternura,
Levo em meu olhar a imagem do teu que  minh’alma tortura;

Deixo em tua boca o gosto adocicado dos meus beijos;
Levo em meu coração, ainda não saciado, alguns inconfessáveis desejos.
 
Igual as águas de um rio, a vida segue driblando obstáculos,
Cortando travessias...
Nosso amor, pacientemente aguarda até a
próxima estação...

O meu ou o teu novo desembarque;
Quem sabe, amor, seja antes do fim do verão.
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Ísis Dumont

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Não Digas Nada!

Não digas nada! 
Nem mesmo a verdade 
Há tanta suavidade em nada se dizer 
E tudo se entender — 
Tudo metade 
De sentir e de ver... 
Não digas nada 
Deixa esquecer 

Talvez que amanhã 
Em outra paisagem 
Digas que foi vã 
Toda essa viagem 
Até onde quis 
Ser quem me agrada... 
Mas ali fui feliz 
Não digas nada. 
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Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 20/09/2014
Reeditado em 20/09/2014
Código do texto: T4969108
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