Chuva.
Ouvi barulhos por todo o telhado.
Pingos fortes como pequenos martelos.
Não me atrevi a abrir a janela.
Sentia-me seguro dentro da minha casa.
A chuva aumentava e senti o assobio de ventos fortes.
Vinham de todas as direções.
Cheguei a pensar que o telhado sucumbiria.
O frio tomou conta do ambiente.
Sua foto umedecida insistia em sorrir.
Fiquei com medo. Lembrei dos tsunamis.
Todas iniciadas pelo desconhecido movimento da natureza.
E a minha natureza? Estava preparada.
Deixei me levar pela imaginação.
Tudo vai passar. E os pingos foram diminuindo.
Raios e trovoadas anunciavam algo impreciso.
Será que minha casa agüenta.
Na mesa um vestido seu.
Naquele baile foi o destaque. Assim como você.
A chuva voltou. A casa não resistiu.
Peguei sua foto e me embrulhei no seu vestido.
A água invadiu a casa. De repente virou canoa nas ondas do mar.
Ajoelhei-me e rezei o que havia aprendido no catecismo.
Não funcionou.Resisti por alguns bons momentos.
Um baque avisou - sua casa esta no fundo do mar.
E vi pela última vez sua fotografia.
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