O AMANHÃ COSTUMA SER TARDE DEMAIS


Entre sóis e sombras,
sonhos e angustiantes desafios de chuvas,
temos vivido este grande
e estranho amor,

que se vai
enegrecendo como se sempre estivesse
iminente o triste
luto.

E, se algum poeta alado
disser algum dia que as flores não murcham
e que as oníricas nuvens
não passam

– quando aos jardins
faltam os cuidados com as acetinadas peles;
e aos céus, com os incautos
sonhos –

é que nunca provou
da incomensurável intensidade, insanidade
e sofrimento de um amor
como este

que tem nos consumido,
por tanto tempo, à enferma condição
com que o vivemos.


 
Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 18/09/2014
Código do texto: T4966613
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.