Perdoa-me é Amor
Lastro justo,
Calado alto,
E assim desenha-se
Aquela nau poética
Que de mar adentro
Norteia-se ao norte
De mar aberto
Ao próximo verso!
Navega,
Ah, navega,
Oh, Avesso Peregrino,
Perdoa-me, se pequei,
Perdoa-me, se errei,
Sou humano, passivo
De erros e pecados,
Perdoa-me,
Se o meu pranto
Não foi o bastante,
A gota do orvalho foi sincera,
Assim como a escrita!
O luzeiro é lúdico,
Etéreo aos olhos do escriba,
Simples e cheio de amor
Aos olhos do poeta,
Como um par de lábios
Encouraçados de batom,
Rubros como a flor sobre a mesa,
Pacífico como esta folha
D’onde se deitam estes reversos!
Perdoa-me,
Amo porque é de amar!
17/09/2014
Porto Alegre - RS