A casa do Beija-flor

Vi um beija-flor beijando a flor num pé de juriti,

Foi ligeiro e percebi como um flash de uma vida.

Um lapso tão passageiro que até parece um turista,

Guiando e beijando a sorte, mesmo sem ser motorista.

Posso jurar que as sentiram os beijos que eu vi,

Aquele aroma do campo, de um bico sugador,

Num mesmo trejeito veloz de mobilidade e alegria.

Veio num raio de luz que clareia qualquer dia.

Desde que nasci, vejo o mesmo beija flor,

mas posso estar enganado pela sua aparência,

Ele parece o mesmo do meu tempo de criança,

Que enchia os nossos dias de alegria e de esperança.

Quem beija a flor beija a vida, e verde fica sua cor,

Não destrói os sentimentos e ama com paciência.

Vive sempre na inocência, voando num céu bonito,

Fortalecendo as suas asas, sua casa é no infinito.