Do meu sentir...
E se de borco retesei-me
é que te procurei nas madrugadas
Encharquei lençóis em olhos d'águas
E se me fiz por diante (tentei...)
é que não cessei por distante
tantas horas em tantas mágoas...
É o reflexo desse dia
É o poente dessa tarde
Doeu-me a maresia
- ocaso da Iara fria -
afogando-me no doce pranto
na secura que me aguarda
Tanto amor...
Tanta brandura...
Mas no meu peito
que já não te cabe.
Essa lisura é certa
De tecer-me ao inverso
Rasgando-me na pele
manchando-me no sangue
E no meu corpo eu disfarço
mais adiante...
- negando o que de dentro
é dor no meu peito -
É a tua faca afiada e cega.
E a minha pele que ainda arde.