TÉDIO
O mormaço da tarde
Acompanhado de um vento norte
Vento morno, incessante
Varrendo a rua,
Gerando redemoinhos
Loucos, furiosos e sedento de folhas
Na mesa,
A folha branca, rasa e plana
Paira estática e vazia.
Mãos entrelaçadas na nuca,
Cotovelos sobre a mesa,
Inerte, está o poeta.
O Som desta varredura
Invade a sala de estar
O bater da Janela mal fixada
Marca o ritmo desta sinfonia
Um resto de poeira pousa sobre
O papel faminto de versos.
Um olhar distante, pensativo
A rua deserta e a casa vazia
Esculpem em lágrimas tua ausência
Solidão..
Lágrimas..
Tédio...