O passado carrego, não reclamo, sobressaio
O silencio prega às margens dos sonhos
sozinho, não consigo dar um passo à frente
longe de carinho, sem ninguém à volta
que entenda a agonia atrelada no interior
não atinjo sonhos inefáveis, sobrevivo, aos miúdos.
E por não ser percebido
vivo tão só, tão comprimido
tão asilado do mundo, dos céus.
Abalado fico por aqui, me recuso a te escutar
a vida desordenada, os sonhos emudecidos
é bárbaro sentir-se circulado, espreitado
é intenso não ter com quem discorrer, soletrar.
Os pecados dispensam as novidades conjugadas
conseguem vasculhar minha insegura cabeça
atingem meus incontroláveis pensamentos
o coração, esquece por completo, o bem estar.
O passado carrego, não reclamo, sobressaio
embora não faça bem, devotado, me acompanha
não cismo esquecê-lo, deixo calado para sempre
a fé mora comigo presa dentro do coração
e a vontade de recuperar o tempo perdido
aquece a alma a desenvolver pressa animadora
a encontrar um espaço para novos e influentes sonhos .