Vinho Raro .
Madrugadas frias , como a brisa do mar em tempero das
saudades que trazem todos meus sentimentos que acolhem
meu corpo desnudo , em noites sufocantes de minhas preces .
Acalento minhas verdades , sobrepujas todo meu coração ...
Entre meus sonhos dormem minhas angústias perdido estou !
Entre os tropeços calejo meus desejos que sobrepõem toda
minh'alma , que as flores lagrimejam em penitência de todas
dores que vens aos meus olhos , espantam meus sonhos ...
Vens com dizeres falsos , declama tuas promessas , faze-me
refém de tuas ações brinda-me o meu coração ao gosto amargo
do vinho raro com o sangue corrente por toda minh'alma ferida .
Tormentos que respingam como espinhos negros em sabores
belos , que vigoram meu peito , transbordam meus olhos aos
dias sós saudades de amar sobre o luar das paixões prometidas.