REAPRENDENDO A VOAR

Depois das águas turbulentas,

do cais sem naus nem maresia,

de dias frios, sem companhia,

virei o jogo, quis viver.

Abri meus braços ao sorriso,

fiquei de bem com a fantasia

voltei a ser, no dia-a-dia,

ave liberta, o céu vencer.

Da poesia fiz minhas asas

e alcei voo até as estrelas;

colhi a luz de uma delas

e escrevi no alto céu:

Quero um amor que seja intenso,

que traga em si todo um encanto,

talvez o amor de um lindo anjo

cujas palavras sejam mel.

E qual concretizar de um sonho,

vi-me diante de um jardim.

Fora ofertada, então, a mim,

a rosa mais linda que havia.

O que deixou-me extasiada

foi a beleza em fulgor

daquele anjo de amor

que sua essência me trazia.

Ah, quando olhei aqueles olhos

misteriosos como o mar,

meu coração pôs-se a pulsar

em disparada. Apaixonei-me!

E, ao ouvir a sua voz,

pude notar que, entre nós,

tão grande amor, de outras datas

já existia. Entreguei-me!

E foi tão lindo esse momento,

sol em fulgor, lua-de-mel,

puro esplendor, contentamento,

êxtase pleno, voo ao céu!

E aquela saudade de outrora,

que de intensa, era só dor,

mudou-se em riso de vitória,

por almas gêmeas que, agora,

unas, enfim, em sua história,

brindam o seu ETERNO AMOR!