À Procura do Eu


Você não tem culpa. Como poderia? Acredito que caso ela exista esteja residindo em mim.

Digo isso porque não consigo atinar o que queira realmente, apesar das múltiplas indagações que me faço sempre.

Às vezes, sinto certa irritação com o que está à minha volta e depois me arrependo, porque sei que tudo que faz, faz por mim.

Assim, entre a aceitação e a negação vivo com você e comigo mesmo, numa convivência paranoica à procura de uma cura qualquer.

E nesse jogo de avanços e recuos, passo os dias esperando melhoras em mim, em você, em nossas vidas e incontáveis sonhos.

Onde, através do imaginário interior, encontro o procurado repouso no lugar místico que retempera a alma e me dá novas forças para prosseguir.

E a minha incerteza, quanto ao real significado dessa procura, causa um sofrimento que dói bem lá no fundo e cala a minha voz, e faz que procure sem saber a mim mesmo dentro do que possa vir a ser.

Agindo assim, faço você sofrer, ainda que sem querer, e já fazendo sofro também, mesmo que finja não dar conta, e a cada novo dia erro de novo e fico desiludido comigo mesmo.

Por isso, na eterna procura de quem seja realmente, fujo para a magia de um lugar paradisíaco que esteja cheio de sensações indescritíveis, por ser o lugar em que vivem harmoniosamente os conflitos que habitam em mim, e onde possa, quem sabe, encontrar o meu perdido “Eu”.
Cronista
Enviado por Cronista em 10/09/2014
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