Deixas-me dizer,
dos aromas que imprimem a tua essência ;
eriçam-me a derme, escalam-me a alma
e te enraizam no meu afeto...

deixas-me dizer da espera
à sombra do pomar,

com hálito fresco e cabelos ao vento,
adornados a flor de laranjeira...
 
das vontades adocicadas
:
 de colher sorrisos nos teus lábios

antes das bocas de rapina derramarem-se
em beijos de céu com sabor a poema...
 
de reler nos teus olhos
os últimos vestígios deixados na minha pele
e sussurrar às tuas mãos de aquarelas
pela primavera dos dedos delineando nova nudez...
 
Ahhh... deixas-me dizer 
das fragrâncias das asas

perfumando o caminho das pétalas
em versos brumosos, macios e lentos ;

até o instante, [ já quase sem fôlego ]
em que me pontuas  -  poema teu  -
 
bem forte, bem denso,
 
bem dentro...



 
 
 





Imagem - Vidan
 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 08/09/2014
Código do texto: T4953963
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