Quadritempo
Com o escoar do tempo, o dia chora
A ingratidão das horas que vão embora
E torna o passado simples recordação...
Nas folhas que caem o outono renova
Anseios tímidos escondidos na alcova
Dum anfiteatro onde exala a emoção...
No inverno a chuva varre intenso odor
Que paira sobre a atmosfera cinzenta,
Nas lembranças que o plasma acalenta
Labirintos tecem sentimento multicor...
Primavera: o orvalho é senhor do olfato
Que tinge reminiscências sem alarido,
A vida se transforma num verão florido
Em que o amor é o sol dos enamorados!