Alegre, estira o sorriso
Alegre, estira o sorriso
brinca com os olhos
atiça um olhar esperto
morde ou belisca a língua
sente um prazer agudo...contorce-se
escorre o suor, ao longo do corpo agitado
molhado e se entrega, implora amor...
Se atira no sofá aguçada
não percebe nem de longe
o filme sofrido em câmara lenta
na esquecida, apagada, controvérsia, estiada
difusa, distorcida, passeando na leve e confusa cabeça.
Perdida no tempo... desanimada, alheia aos fatos
foi embora sem dizer uma palavra amiga
apenas, curtiu a vontade do desejo ser realizado.
Esquecida das verdades vividas pelo coração
sentada, com as pernas, entre, um banco improvisado
chorou e de pronto, consumiu a natureza do sucesso...
Num só gole descarregou a saudade por inteiro
não sentiu calafrios, namorou o sentido do medo
enfraqueceu qualquer tentativa de puro suborno
e fez das lágrimas, um poço, sem meio para remorso.
Não perde tempo com agonia sem graça
utiliza o jogo da velha e refaz a cabeça numa lufa-lufa
num piscar de olho já se acha distribuindo novas cartas
a vida não pode ser diferente das pedidas do coração
não se deixa influenciar por sonhos manhosos de deslizes
não dar bolas pra saudade se o amor fora dispensado.
Ama mesmo ter o gosto da vida na boca
idolatra qualquer atitude vinda do coração
não investe se o amor não sabe enfeitar a cabeça
não se submete a interrogatório sem trato adequado
acha destruidora a vida distante da beira da emoção.
Adorada, fica a vontade, com o coração batendo palmas
quando o amor lhe passa intimidades de conhecimentos
tirados da essência, proporciona troca de sabedoria
impera sonhos pesados, indo ao encontro das raízes
nada pode ter importância maior diferente dos olhos do amor.