Teus, Meus Olhos
O dia alvorece em cetíneos braços
E já não são apenas meus olhos
Despertos à luz que irrompe
Murmurante na concha do universo
No flutuar de todos os meus silêncios
Abrigas-te na solidão da minha retina
A manhã que me vê e me presencia
É aquela em que acordas em meu olhar
E me trazes em tuas mãos
O sol, o pulsar da emoção e todos os sonhos
Que ainda te adormecerão para mim
O brilho do meu olhar é o teu reflexo
Quando te convoco em minha saudade
E me assentes em confissões e juras
Que nenhuma palavra pode expressar
Como se a memória e o coração que te têm
Pudessem dissipar o vazio da tua ausência
Fernanda Guimarães