Hás

Hás,como faço hoje, bem antes
do surdo,
do barulho escusoque as lágrimas projetam

pelas cascatas,
não são serenatas,
são febres,
casebres,
habitar de frustrações
das impostas convenções
delineadas,
rebuscadas,
feitas pelo dorso dos concretos
em relativos e absolutos,
não fica nada.
Hás,
de responder seus anseios,
pelas brisas as sombras
que persistem em habitar o vazio
vago que transporto pelas estradas
sem painéis, nem retratos
levados por velhos sapatos
aos confins da cidadela,
sem saber se há voltas,
retornos aos meus
que foram também seus
lugares,
fases lunares
que marcaram nosso tempo.
Hás,
mas sabes que estarei
em reprise
ladeando a passarela percorrida,
levando em meu corpo
todo teu cansaço.
Hás então
de ficar eternamente em meu abraço.