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Quero cobrir a noite
sufocá-la com todas as luzes,
este azul que reflete paz
que salta dos seus olhos aos meus.
Quero vestir sua inocência
pelos toques destas mãos,
no dom poético faze-la musa,
presa, retida, reclusa.
Quero fechar o tempo,
rolar no vento,
cair no assento do seu colo
e ingerir calorias,
e entre as bocas malfadadas e frias
que impuseram impropérios,
deixarei que profanem o recinto
para o ensejo da gota final
que será descuidadamente jogada,
posta em suas faces.
Quero mesmo é estar lúcido
para ser tombado em sua história,
ver-me seu patrimônio,
delegando direitos para consumo e posse.
Olhe, estarei firme então para desertar
fazendo fiasco aos transeuntes,
deixando para traz a vida amada
do tanto que você foi para mim,
do bem pouco que fui para você,
quase nada.