Ciclos
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Quando nossos olhares se cruzaram
naquela noite, naquela sala...
Duvidei das revelações das nossas pupilas.
Decodifiquei, entretanto:
teu olhar de soslaio,
de baixo para cima;
tua cabeça voltada,
levemente,
para a esquerda,
num leve e discreto sorriso.
Naquela noite,
naquela sala...
Percebi que há ciclos:
sorrimos
choramos
desacreditamos...
Entretanto,
viver é experimentar.
Experimentar olhares,
mudar o foco do nosso sofrimento
e,
acima de tudo,
abrir-se para quem chega.
Não chegamos.
A vida nos apresentou,
casualmente.
Mas...
Naquela outra noite
Naquela outra sala...
Quem falou mais alto foi o teu corpo.
Foi ele
e
foi dele
que recebi,
gratuitamente,
a mais eloquente prova de amor.
Brasília/DF, 31 de agosto de 2014.
21h51min
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