É... Você não sabe de mim.
Sandra M. Julio
É, você não sabe de mim...
Das horas em que seu sorriso vagueia pelo brilho das estrelas,
Iluminando a ilusão de tê-lo aqui, junto ao meu coração.
Não conhece as palavras que o vento sussurra em minh'alma,
Trazendo da saudade, cristalinas lágrimas de esperanças vãs.
É, você não sabe de mim...
São tantos os naufrágios e soluços que em meus lábios sorriem,
Dissimulando a ironia de desencontros...
Camuflando a dor que permeia a solidão
Das horas caladas, na mansuetude da noite.
É, você não sabe de mim...
De traiçoeiros devaneios que insistem em procurá-lo,
Depois, oferecem-me a magia do seu olhar,
O carinho da sua voz e, no mais doce sorriso,
O beijo que nunca me deu.
É, você não sabe de mim...
Do amor, dos sonhos, dos desejos que lhe pertencem...
Não entende as entrelinhas que confessam-me sua,
Nem ouve o silêncio das palavras que escrevo,
Sequer fecha as portas deste eterno amanhã.
É, você não sabe de mim...
Então... Acolho o cansaço e a tristeza, a rasura desta ficção,
Dispo esse grito que abraça a fadiga da sua ausência,
Dissipando tanta ternura no imperecível abstrato
Que rege a dissimulada letargia do seu desapego.
É... Você não sabe de mim
Sandra
07/02/07