Sempre almejo
Sem querer
eu pedi
que o vento trouxesse ao menos seu perfume;
pedi... e perdi.
Sem querer
eu tentei
fitar o céu tentando vê-la
para afagar a saudade tamanha,
coisa quase estranha,
anormal para hoje
em meio a tanta miséria.
Sem querer
procurei seu sonho,
seu sereno sono
as vezes tão perto
de tantas coisas que ainda são suas.
Sem querer
mas, quase querendo
falo ao seu retrato,
pequeno extrato
das coisas que restam,
perante a imensa saudade
que a solidão
me traz inoportunamente,
sem querer.