CUPIDO: AMOR OU DOR?

Dói,

Dói comumente perceber que não controlo o sentir e

Controlar os instintos emaranhados nas entranhas carnais

Que consome a libido

Dilacera o útero e aloja o pesar

Aperta a alma,

E sufoca o gérmen divino de humanizar-se

Pois essa dor que se desgasta

Que irrompe e eclode

Brota muitas vezes de um sentimento nobre

Despertador da sensibilidade

Transformador do feio e do pesadelo

Enviado pelo menino Cupido

Arteiro do amor.

- Por que ousas brincar assim?

Lança tuas flechas sem perceber que semeia dor,

Depois do efeito paralisante de teu veneno ardiloso?

Vem como anjo do amor!?

Se amar faz sofrer, então, como pode ser lícito?

Lanças em teu alvo a dor de ser escravo

E feres os que são rejeitados.

Faça-me um favor, anjo Cupido!

Voas bem longe do meu peito ferido.

Não me venhas com teu dardo maldito

Ferir esse mero senhor.

Causa-me espanto deitar-me nos braços do padecimento

Pois se amor é sofrer, e, sofrer é amor,

Saia para bem longe de mim

Anjo dissabor!

Anne Lima

Anne Lima
Enviado por Anne Lima em 30/08/2014
Código do texto: T4943149
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