Assim se fez o tempo

Hoje vou para onde o tempo me leva,

pela brisa que sussurra,

fala seu nome,

me faz em saudade

pelo amor que ficou para traz.

Vou pela paz,

o rochedo sombrio que repousa,

desgasta e se faz em pedras,

em desaponto total.

Vou pelo final,

as mágoas que são só minhas

pelas amplas pautas a delinear

seu nome, sua virtude,

a roubada juventude

por descuido, talvez amor.

Vou pelas sombras

que a noite ao desamparo

me carrega,

me fascina,

me entrega

ainda presa a retina

às buscas vãs pelo amanhã,

sem saber qual será o pão nosso

além da saudade, jeito de solidão,

além da vida curta e lenta

dissipada por mim,

inconseqüentemente parta a esmo.