Finais

Não consigo falar a vida com palavras,

nem exprimir a poesia.

Falta-me a palavra,

procuro a expressão,

todo este todo sem nulidades

para conceituar o existir, o poético.

Quero as inspirações Divinas,

o curso concreto, exato,

a forma física de vida

no teor abstrato da poesia.

Preciso bordar o nascer,

a última hora no último sopro de vida,

e antes, bem antes que ocorram os finais,

quero enfeitar prosaicamente

na expressão imprevista da poesia,

o dom da vida.

Não, não consigo,

ergue-se uma nuvem de poeira,

explosões se manifestam,

celebram paixões arrebatadoras

vindas nas idas pelas solidões,

chegadas oportunas quando a vida saindo do meio,

armava-se para o epílogo.

E sem palavras, sem entender a poesia,

mergulho nas evidências sintomáticas

que seus olhos selam em mim,

tudo de amor, poético e vida.