Torpor

Deitada em uma rede, em uma fazendinha no meio do nada,

Posso avistar no alto de uma montanha o pôr-do-sol amarelão feito passarinho cantando,

As nuvens tão bem feitas que bem parece bolas gigantes de algodão,

O cheiro de terra molhada invade a casa e permaneço ali parada, observando a dança da natureza.

O vento fica frio anunciando a chegada da noite.

E já é possível ouvir o cântico apaixonado das cigarras em busca de novas conquistas,

O beija-flor aproveita o último instante do dia para saborear a doçura das rosas e espalhar as sementes pela terra.

Nesse momento me desperto para as borboletas e vaga lumes, vagando e iluminando a estradinha da fazenda, fazendo círculos coloridos no ar, e saudando a chegada da lua no céu,

As flores exalam um perfume puro e sinuoso no ar onde instantaneamente abraçada com a natureza, torno-me não só poeta, mas poesia e sendo poesia posso ser natureza.

Voar com o vento, passear nas nuvens com os pássaros, tocar no mais alto das estrelas e enfim...

Repousar num cantinho escuro da lua.

Kalil
Enviado por Kalil em 20/05/2007
Reeditado em 20/05/2020
Código do texto: T493719
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