Torpor
Deitada em uma rede, em uma fazendinha no meio do nada,
Posso avistar no alto de uma montanha o pôr-do-sol amarelão feito passarinho cantando,
As nuvens tão bem feitas que bem parece bolas gigantes de algodão,
O cheiro de terra molhada invade a casa e permaneço ali parada, observando a dança da natureza.
O vento fica frio anunciando a chegada da noite.
E já é possível ouvir o cântico apaixonado das cigarras em busca de novas conquistas,
O beija-flor aproveita o último instante do dia para saborear a doçura das rosas e espalhar as sementes pela terra.
Nesse momento me desperto para as borboletas e vaga lumes, vagando e iluminando a estradinha da fazenda, fazendo círculos coloridos no ar, e saudando a chegada da lua no céu,
As flores exalam um perfume puro e sinuoso no ar onde instantaneamente abraçada com a natureza, torno-me não só poeta, mas poesia e sendo poesia posso ser natureza.
Voar com o vento, passear nas nuvens com os pássaros, tocar no mais alto das estrelas e enfim...
Repousar num cantinho escuro da lua.