O Último amor do mundo
O amor que está em mim
Não existe.
É ilusão!
Só eu vejo,
Só eu sinto,
É meu desejo,
Meu Absyntho
No escuro vejo clarão
Na semente vejo evolução
Na juventude vejo beleza
Na velhice vejo nobreza
Mas só eu vejo, sinto e falo
Só a mim me enriquece
No meu jardim floresce
Para o mundo desce pelo ralo
Que raio de amor é esse
que ninguém vê ou acredita?
Como pode um amor tão puro e primário
Ser subjulgado ao plano secundário?
É difícil ver ou aceitar?
É difícil se deixar ser amado?
O mundo não permite mais amar?
É só metas, ritmo acelerado?
Onde, por fim, iremos terminar?
Onde há tempo para se amar?
De que forma desacelerar
Para não deixar o fogo apagar?
Ninguém suporta mais o amor
Todos toleram a convivência
Ninguém pensa em amar por amar
Para amar, ninguém tem paciência
Eu amo e amo muito
Nesse amor, me afogo
Respiro e me afundo
Por esse amor, a Deus, rogo,
Que não seja este o último amor do mundo.
Marcelo Catunda (25/08/2014)