APENAS DIVIDIDOS
APENAS DIVIDIDOS.
As abstrações do coração
Quase sempre em vão
Quase sempre a nos puxar para um abismo sem fim
Onde damos muito de nós
E vemos muitos doarem pouco ou nada de si
Mundão cheio de possibilidades e desprovido de valores
Olhares que não se sustentam dando credibilidade ao caráter
E transmitindo atestado de personalidade
São muitos os vazios
Muitas as duvidas
Inúmeros os questionamentos
Mas são poucos os momentos em que a sustentabilidade de um olhar
Equipara se ao proferir de muitas palavras
A sinceridade de um abraço que acalanta tanto quanto conforta
Um sorriso que abre portas
Expressões e condutas que muito emocionam
Encantos que não necessitam mais que:
O silencio
E a sustentabilidade terna do olhar
Desejos que emergem e dispensam a autorização do toque
Corpos que se pedem
Tal intensa seja a sorte do encontro
São pontos não estabelecidos que urgem por serem vividos
Um tanto ou apenas um pouco
Um louco em busca implacável
Uma fúria que grita por liberdade
Um olhar lançado ao infinito
Que busca o belo
E não o simplesmente bonito
Ah coração, te rogo!
Que pare de fomentar discórdia entre a razão e a emoção
Que desça do muro como se lá jamais estivesse ido
Que se decida entre permitir e o coibir
Mas a jamais deixar-me de acreditar que dias melhores estão por vir
Que seja bem cuidado e reciprociado no que oferecer do seu melhor
Que em breve cada olhar acompanhe um sorriso
Onde cada gesto provocará uma reação
Cada entrega será única
E cada pensamento o fará descompassar dentro da caixa e bater mais forte.
Apenas divididos...