“Era uma vez...”
Era uma saudade
no espaço entre amanhã, a tarde,
corria noite adentro,
rompia a aurora.
Era uma saudade
onde você tinha vez,
onde por insensatez
recrutei forças para cultivar,
criar partes suas em tudo.
Era ontem, foi saudade,
é hoje o resumo, o contexto,
o lado abstrato,
o pequeno retrato...
descoberto das suas coisas
que ignorou suas causas,
se aprontou e saiu antes do tempo.
Era uma vez,
também uma vez,
um pedacinho de mim
naquela saudade.
Era uma saudade, que aos poucos
vem morrendo comigo
pelos casos,
em casos,
fatos que a vida desbota
sem o colorido das tardes.
Mas, continua sendo ainda uma saudade,
febre que sempre você terá sua vez.
Marcelo Haroldo