Não sou pluma
Não sou pluma
Mas vou com o vento;
Não sou pedra,
Nem comento.
Meu dia corre solto,
Meus pensamentos deixam-me tonto;
Meu agir mostra como sou,
Meu entender me deixa zonzo.
Tento e não consigo,
Penso e não percebo;
Creio que um dia muda,
Se não mudar, tudo inunda.
Ver sem enxergar,
Ouvir sem ver;
Quem sabe ajude,
Acordar e não ter...
Algo acontece,
Preciso do ar;
Um novo dia aparece,
Vejo o mar.
A brisa,
A areia,
O sal;
Quem sabe amanhã,
Caminho ao mar.
Meus desejos,
Meus sentimentos,
Meus pensamentos;
Tudo parado neste momento.
Será tarde,
Ou ainda dá tempo.
Percorrer ou esperar,
Será que tenho tempo?
As palavras correm ao rio,
Do rio seguem ao mar;
O desgaste é constante,
É o que custa amar.
Viver é preciso,
Desistir jamais.
Acordo cedo,
Procuro viajar.
Vejo ao longe,
Persisto novamente;
Encontro a luz,
Espero, insisto.
Os dias passam,
O final não vem;
Quem sabe terei,
Um dia para navegar.
O vento infla meu peito,
Feito vela ao navegar;
Não esqueço seu jeito,
Continuo a remar.
Pode ser que de brisa vire ventania,
Se for possível, vendaval;
Melhor seria um tufão,
Ou um tornado a me embalar.
No momento,
No instante;
Penso aflito,
Vejo romance.
Bem sei do que preciso,
Quero pouco, mas preciso;
O que tenho é pequeno,
Pode ser que seja o suficiente;
Quem sabe fique assim,
Ou mude e vou em paz.
Tenho de ir,
O tempo não espera;
Se um dia acordar,
Abra os olhos e sinta,
Pode ser que ainda esteja ao lado...