Anseio infindo

O sol sobre meu rosto

cristaliza

a lágrima que mansamente

desliza

e são pisadas por mim

ferindo, sangrando,

derrotando

aqueles últimos momentos

que pouco a pouco

iam sendo consumidos.

Depois foi a chuva

quem ternamente

tentou...

abusou,

jogou água fria na fogueira

que ardia,

incendiava a aldeia abandonada.

Foram e vieram as noites

repousando nas camas vazias

entre lençóis azuis,

sempre azuis

pelos olhos que espero,

na quietude das cortinas fechadas,

pelo amor, pela saudade

inda com os fragmentos das lágrimas

já no peito,

pelas mãos buscando o crepúsculo

de um interminável nada.