Aproximadamente... A hora

Eu sei,

não há medo

nem segredos,

nem ao menos mistérios,

o tempo já se faz curto,

tenho que ir mais cedo,

já é quase tarde,

a saudade, a saudade

me chama,

grita pelo nome na amplidão,

no espaço vazio que ficou

na distância que domina,

que viaja para longe,

mais longe

que as nuvens que se foram,

passaram e sumiram no horizonte.

Eu sei

que não devia levar,

carregar tão sério este fardo,

mas as noites pesam muito

daí, paro, misturo trechos

enquanto os receios fogem

pela coragem que invade,

muito mais pelo medo

de ser só e sentir as loucuras

de uma imensa saudade.