PROLEGÔMENOS

Um dia, eu serei um espelho fiel do amor,

Quando as mãos fechadas do egoísmo insano

Não lançarem a minha paz ao abisso do pesar,

E o ódio não tiver mais parte nenhuma comigo,

E a verruma cruel do ciúme não me perfurar

Os tecidos da alma com tamanho furor,

E o sonho não se transformar em dano,

E o fero inimigo tornar-se um vero amigo,

E a fé sincera deixar de ser explorada,

E o arauto do perdão falar mais alto,

E a lógica funesta do orgulho estiver errada,

E a treda vingança não me tomar de assalto...

Estarei, um dia, mais próximo de mim,

E assim mais perto também dos outros,

À medida que o embrião do amor enfim

For crescendo em mim pouco a pouco.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 19/08/2014
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T4928831
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