Viajante do silêncio

Eu sou a busca dos seus olhos,

aquelas contas azuis

que cintilaram aos meus

causando arrepios e procuras.

Mas, sei que foram para longe

sem dividir comigo

as partes da vida

legadas a você, a mim.

E sem um princípio

nem fim,

sem alcançar as estrelas,

você foi para longe

levando-as

sem que eu pudesse detê-las;

as contas

sem pontas,

sem meios, nem finais

se foram através da distância

pelas ausências do desconhecido,

sem saber quem sou;

um perdido que reclama,

grita, chama

pelos azuis desvendados

desconhecendo passados,

sem presente,

frente a frente

ao mistério do amanhã

mas, que amou por segundo

todo o azul do seu olhar

que se perdeu ao longe,

rebuscando outras vidas

tão esquecidas, como a sua,

como a minha neste mundo.