Apenas poema

Eu já nem sei,

tudo se resume,

tudo parece velho

ficando contido pela ausência,

pelos momentos que sentimos,

pelas manhãs

haviam rumos a tomar.

Apesar do medo

queríamos um todo,

os mistérios do amanhã,

do segundo após a fala.

Queríamos as mãos

neste amor que não se acaba

em detalhes que você deixou,

sem mistérios, nem receios.

Fomos, quase um todo

em busca das vindas,

das horas que não vieram,

das voltas que marcaram

outra vez

um novo dia.

Fomos só esperança,

manhãs por manhãs,

noites sem dormir,

pelas tardes que passaram,

seguiram em brancas nuvens.

Somente mistérios, forjamos

muitos, receios e perdas.

Fomos um todo,

hoje somos ela tragando

tempos insolúveis que ficaram.

Enquanto eu participo aos detalhes

que a saudade me faz novamente

em um todo por nós dois.