SEMPRE O AMOR.
O Amor é como uma trama, feito teia, que arranha, ascende, e até arde como uma chama, por vezes está em sanha, mas, quando incendeia, não aceita bocados, se protege de cuidados, e se faz perfeita, nada reclama, e se acerca de uma grande receita.
O Amor é como uma bordadura, e requer uma paciência de candura, mas, com frequência exala ternura, se faz com inocência, ponto por ponto como se fosse uma ciência, sua urdidura é uma volição, é uma moldura que enlaça a delicadeza do seu coração, tem o constante domínio que ultrapassa, com graça, qualquer realeza, qualquer emoção.
O Amor é um próprio novelo multicolor, que se transforma e forma um pensamento desafiador, que encara e desmancha qualquer rancor, vive sempre respirando um novo despertar, se liberta do peso sobre os seus ombros, e sua ação é navegar, mesmo por entre escombros, até realçar uma cor, ao sentido da sua imaginação.
O Amor queima ideias sem pontas, abre portas mesmo pesadas, está sempre com as mãos apegadas ao coração de fantasias e sonhos, abre os olhos com rimas perfeitas e delicadas, só pra às dedicar como trova, e que no fim, faz do meu medo uma prova, de que ainda existe a tua morada dentro de mim.