FÁBULA (Para Andriely)

Primeiro, era a solidão...

No princípio, um “eu” sozinho...

Um “querer” sem dona, uma chave sem porta,

Um verão sem sol, uma nuvem de chuva sem terra pra molhar,

Uma terra seca, árida, sem frutos dar...

Depois, um “querer” sem sorte, sem norte,

Menos vida, mais morte,

Morte do brilho, do riso,

Lágrimas choradas sem merecedoras...

E aí, veio a descrença, a desilusão, a ilusão do descompromisso,

O vazio do peito, como um cão que caiu da mudança

E se perdeu do dono.

E aí veio o destino que, de tão belo, nem ouso pensar em acaso.

Tal qual nas fábulas medievais, onde tudo volta a ficar verde,

Tudo volta a ter vida quando a princesa é reconquistada e volta ao reino,

Assim ficou meu mundo, ele se encheu de razão de ser,

De afeto, de bem querer,

De beleza, de alegria, tudo isto, após me chegar tua companhia.

Você é o mesmo que um dia de festa,

Uma mesa farta, uma viagem a Noronha,

Uma manhã de domingo ou uma balada de sábado.

Você, Dri, é poesia pura...