Da tua Janela
Trago no corpo a febre dos mares
Nas invasões das tuas tormentas no cais
Das tempestades que assustam a alma
Que deixam no ar respingos e tantos ais
Dessa incoerência rutilante que resvala
na areia coberta de razão da tua praia
Camada que reluz de sins e de senãos
Nesta Inconsistência do que és em mim
do que sou em ti, do que somos; é atroz
Mas trago no rosto, a ternura no olhar
Deste desejo azul-esverdeado que acalma
Bordado na branca barra e voluteante da saia
Que segue, o rasto do pouso, d' um albatroz
Quando, te perguntares quem sou
diante de ti e para o teu coração
Respondo-te, que apenas me sinta
Pois que sou eu, todo o teu horizonte
Toda a paisagem que vês; da tua janela