UMA MULHER e UM POETA PAGÃO
Quando em sonho contemplo
este maravilhoso templo,
que, sobre dois pilares apenas,
manifesta suas eternas cenas,
fico fitando o vazio
e um breve arrepio
percorre todo o meu ser,
sustentando a vontade de permanecer
por poucos minutos neste santuário pagão
prostrado aos seus pés
em busca da fé
para subir suas escadarias,
em uma sublime romaria
numa mistura de crença e paixão
apagar a chama nesta suposta servidão.
Aos seus pés, seu simples escravo,
com as águas brotando de sua fonte me lavo
corpo e alma
até perder a calma
no vértice destes seus pilares,
formoso templo
que prostrado, contemplo:
Mulher!