Calado Versar

O silêncio é absurdo,

Parece-me uma folha vazia

Na espera

De uma gota,

De uma letra,

De um risco,

De um rabisco,

De um poema

Onde à musa desnuda-se...

E o poeta declara-se!

O silêncio continua

Embora mais baixo

Já se ouve o sussurrar

Da lua,

Das estrelas,

Da canção de sonhar

Acordado em laços

Afetivos,

Ofegantes,

Hidratantes,

Apaixonantes

Onde à musa declara-se em êxtases...

E o poeta desnuda-se em lamentos!

A ló largo do silêncio

Gira e gira a mandala em nome

Dos codinomes,

Dos verbos,

Dos ventos,

Das metáforas cercadas

De misticismo,

De erotismo,

Da pulsante ferida vivente

Chamada de coração,

Onde à musa aconchega-se...

E o poeta encontra-se...

Silencia!

13/08/2014

Porto Alegre - RS