Regresso

Cheguei numa tarde morna

Você estava a minha espera

Era mais um dia de primavera

Esperava-me de pé, na porta.

Deixei minhas malas no chão

Deixou cair o lenço e o avental

Corri, chorando, em sua direção

Enfim, meu mundo, meu quintal.

Abraçamos-nos muito e muito forte.

Beijei a sua boca e face mais de mil vezes.

Tanto tempo fora nem me lembra os meses.

Cortei o país de leste ao oeste, do sul ao norte.

Nada eu te disse e você nada me perguntou.

Apenas me olhou nos olhos de forma profunda

Minhas roupas estavam do pó da terra imundas

Depois de mais um beijo me chamou de amor.

As faces níveas, o colo de neve, as mãos cálidas.

Quanto tempo sem me perder no precioso Paraíso.

Quando a deixei estava arrendondada, grávida.

Olho para a porta e vejo um assustado menino.

A mãe o chamou e disse que eu era o seu pai.

Meus olhos encheram-se feito Nilos de lágrimas.

A criança ficou mais acanhanda, a mãe disse: Vai,

Seu pai voltou, agradecemos Nossa Senhora de Fátima!

E fui na direção do meu pequeno e amado pirralho!

Alcei-o ao ar numa alegria inócua, única e mágica.

Agradeci mais uma vez Nossa Senhora de Fátima

E prometi a Deus que eu nunca mais sairia de casa.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 13/08/2014
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