GANA...
Tenho gana de ti,
gana de devorar teus beijos,
de delirar tremulando meus anseios
no forte contato com tua mão.
É corrente que me prende
e eu fraca sonho e dependo
dessa ilógica união.
A minha gana aumenta.
Vou calórica, vou sedenta
em rastros te buscar...
Deitar-te em minha cama,
rasgar o clamor que inflama,
transformá-lo em porto meu.
Deixar-te arfante e dependente
te absolver docemente
despojando o falso Eu.
E nessa posse almejada
sou a que mais é tentada,
a que mais procura amor.
Assim, voraz e absoluta
serei vitoriosa, resoluta,
ao colocar-me ante a ti,
deixando que escorra e vaze
essa gana, que tu sabes,
só se amenizará,
quando cruzares esse mar
e ficares junto a mim
pra nunca mais separar.